A história dos Barclay James Harvest começa em 1966 em Oldham, Inglaterra, quando John Lees (guitarra e voz) e Stuart "Wooly" Wolstenholme (teclas e voz) se conhecem e decidem formar uma banda, os Blues Keepers. Mais tarde, juntamente com Mel Pritchard (bateria) e Les Holroyd (baixo), o colectivo funda os Wickeds, que em 1967 passam finalmente a Barclay James Harvest. Embalados pelas sonoridades de uma época em que o psicadelismo triunfava e que o que o rock progressivo começava a dar os primeiros passos, a banda grava as suas primeiras maquetas e assina em 1968 um contrato discográfico com a Parlophone (uma subsidiária da EMI). Pouco depois, a banda edita o seu primeiro single intitulado "Early Morning". Em 1970 os BJH lançam finalmente o seu álbum homónimo de estreia que serviu de matriz para a sonoridade futura da banda: guitarras potentes e vocalizações harmoniosas. No ano seguinte é a vez de "Once Again", um álbum que apesar de incluir o hit-single "Mockingbird" defrauda algumas expectativas que se tinham gerado em torno da banda.
Após "Short Stories" em 1971 e "Baby James Harvest" em 1972, os BJH deixam a EMI e assinam com a pela Polydor. Em 1973 editam "Everyone Is Everybody Else", um disco mais coerente e potente que os seus últimos trabalhos (como o comprovam os temas "Paper Wings" e "For No One") e que relança a carreira do grupo. Um ano depois surge o álbum ao vivo duplo, "Barclay James Harvest Live", que entra no top-40 inglês e que lhes vale vendas nunca vistas até então. "Time Honoured Ghosts" de 1975, é outro dos álbuns mais bem recebidos do grupo, entrando para 32º lugar do top inglês. Nos anos subsequentes a banda continua a registar sucessos assinaláveis com álbuns como "Octoberon" e, principalmente "Gone to Earth" de 1977, provavelmente o seu disco mais aclamado. Pela mesma altura John Lees estreia-se a solo com o álbum "A Major Fancy", um trabalho "guardado na prateleira" durante uma série de anos.
Apesar do clima favorável em redor do grupo, Wolstenholme deixa os BJH em 1979, enveredando por uma carreira a solo. Para o seu lugar entram, não um, mas dois novos membros, Kevin McAlea (cantor, teclista e saxofonista) e Colin Browne (cantor, guitarrista e teclista). Em 1979 é editado "Eyes of the Universe", que apesar da fraca recepção em Inglaterra, é bem acolhido um pouco por toda a Europa, nomeadamente na Alemanha, onde a banda dá um concerto ao ar livre para cerca de 200 mil pessoas em Berlim. Da gravação desse espectáculo surge o álbum "Concert for the People", editado em 1982, que se torna o seu disco mais vendido de sempre em Inglaterra, chegando ao 15º lugar do top de vendas do seu país. No entanto a partir de aí a popularidade dos BJH começa a decair e os seus álbuns seguintes não obtêm o sucesso de alguns dos anteriores. Em 1992 o grupo comemora 25 anos de carreira com um concerto em Liverpool, continuando em digressão pela Inglaterra tendo como apoio uma compilação da Polydor sugestivamente intitulada, "The Best of Barclay James Harvest". Mas a banda parece não querer cruzar os braços, continuando na década de 90 a lançar novos álbuns. O seu último registo data já de 2001 e intitula-se "Revival Live".
Texto de Gonçalo Passinhas
Fonte: http://cotonete.clix.pt/artistas/biografia.asp?id=264
Originalmente postado no:
Lágrima Psicodélica