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A forte ressaca que atingiu as praias do Rio neste domingo tambem provocou estragos na orla de Niteroi, na Regiao Metropolitana do estado. A forca das ondas destruiu parte do calcadao da Praia das Flechas, na divisa dos bairros do Inga e de Icarai, na Zona Sul da cidade.

Rio de Janeiro recebeu e recebe as maiores ondas do Brasil e clima mutante pode trazer mais ressaca situado na esquina do Brasil, onde as aguas do Atlantico desenham uma curva, o Rio de Janeiro recebe mais do que qualquer outro estado do pais as maiores e mais espetaculares ondulacoes. Nascidas em tempestades, as ondas chegam ao Rio como melhor e do pior do tempo. Por vezes, para a alegria de surfistas, recebemos apenas a generosidade do mar. Todo o vento intenso e chuva torrenciais ficam pelo Sul do Brasil. Aqui, chegam apenas as ondulacoes perfeitas. Ondas grandes e regulares em dias de ceu azul. Nem sempre reina a tranquilidade. Essas mesmas ondulacoes podem chegar em turbilhao, tragar praias e destruir calcamentos - nao custa lembrar dos inundados banheiros subterraneos de Copacabana, construidos onde a ressaca alcanca. Essas mesmas ondas podem virar barcos e arrastar observadores desprevenidos. O Atlantico e incerto. Mas no Rio, destacam cientistas e surfistas, ele e grandioso. Uma grandiosidade que pode aumentar ao sabor do clima mutante de uma planeta supervoado.

Amor e furia marcam o namoro do Rio com o mar. O estado pode oferecer alguns dos melhores lugares do Brasil para o surfe. Ondas grandes e perfeitas viajam milhares de quilometros pelo Atlantico ate quebrarem no Arpoador, na Barra ou no fim do Leblon. Em casos mais raros, quando vem de Sudeste, a ondulacao - ou swell, como o termo e mais conhecido por surfistas - se afunila e empina pela entrada da Baia de Guanabara. Nesses momentos, surge um monstro conhecido como a "Besta", uma onda suja e poderosa, com ate sete metros de altura, so vencida pelos melhores e mais ousados surfistas.

Considerado um dos maiores especialistas no assunto do Brasil, o cientista e surfista Eloi Melo explica que, quase sempre, as grandes tempestades, que funcionam como fabricas de ondas, atingem os estados da Regiao Sul. Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Parana ficam com o vento, as chuvas. E o Rio de Janeiro, devido a sua posicao geografica, recebe as ondas em cheio. E o primeiro obstaculo que a ondulacao vinda do Sul encontra - diz Melo, Ph.D. em Ciencias Oceanicas Aplicadas pela Universidade da California, em San Diego, e professor da Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande (FURG).

Surfista ha 42 de seus 58 anos, Melo observa que os meses com as maiores ondas costumam ser abril, maio e junho, porque nessa epoca sao mais frequentes os ciclones extratropicais. Estes sao gigantescos sistemas de tempestades, que giram em sentido horario sobre o Atlantico Sul, formando um vortice de nuvens, visivel do espaco.

- So os satelites enxergam essas nuvens. Elas giram porque o vento esta rodando. No meio do oceano, o vento chega a 100 km/h - conta Melo.

Os ciclones sao comuns nesta epoca do ano ao largo do litoral do Rio Grande do Sul - costumam se formar de mil a tres mil quilometros da costa (mas eles tambem podem se formar sobre a terra). O diametro alcanca mil quilometros, com um olho de 500 quilometros. Em geral, ficam pelo mar e, mesmo assim, trazem muito vento e chuva para os estados do Sul.

As ondas sao filhas do vento, uma especie de materializacao deste ao tocar o mar. E por isso que os ciclones extratropicais criam as condicoes necessarias para as grande ondulacoes. Eles formam pistas de vento, regioes sobre o oceano onde os ventos se mantem constantes e fortes. Isso gera ondulacoes transformadas na costa, pela reducao da profundidade, em grandes ondas.

- Tempestades de verao e mau tempo local nao criam grandes ondas. Estas vem de muito longe, do alto-mar. Nascem nesses ciclones extratropicais gigantes - observa Eloi Melo.

No Atlantico Norte, os furacoes sao os criadores das maiores ondulacoes. No caso do estado do Rio de Janeiro, as ondulacoes vem do quadrante Sul, podendo ser de Sudeste, Sul ou Sudoeste, a mais frequente. Em maio e junho de 2011, ressacas fortes atingiram o Rio de Janeiro. Na mais violenta delas, quando o mar alagou os quiosques de Copacabana, ocorreu um evento incomum. Um ciclone se comportou de forma pouco usual e tocou a costa Norte do Rio Grande do Sul. Isso fez com que as ondas se formassem mais perto do Rio e chegassem aqui com mais energia e violencia. O oceanografo do Centro de Previsao do Tempo e Estudos Climaticos (CPTEC) do Inpe Valdir Inocentini, outro grande especialista em ondas, diz que a ondulacao tinha tanta energia que foi parar em Salvador.

O oceanografo Leonardo Marques da Cruz , da Prooceano, empresa que presta consultoria sobre as condicoes do mar, diz que oceano no estado do Rio de Janeiro pode ficar realmente elevado. Segundo ele, na Bacia de Campos ha registros de ondas de oito metros, o que em mar aberto e uma en

Copacabana on the shores of Lake Titicaca taken from the summit of Cerro Calvario, Bolivia.

Copacabana is a town on the southern shores of the tranquil sapphire-blue Lake Titicaca straddling the Peru-Bolivia border... and at an altitude of 3810m it is regarded as the highest navigable body of water in the World.